O ano mal começou, mas já dá para arriscar que o pop adolescente de 2011 será um pouco mais "desbotado" do que o do ano que passou - dominado pelos roqueiros coloridos do Restart, Hori e Cine.
O que não há como prever é se dessa vez alguma garota vai conseguir um espacinho que seja no trono esquentado por Pitty. Depois da baiana, nenhuma garota pop roqueira (Jullie, Agnela, Leela, Lu Alone e K-sis bem que tentaram) repetiu o sucesso da cantora. Neste ano, haverá alguma Luluzinha capaz de entrar no clube do Bolinha do rock teen?
“Tem como furar o bloqueio”, arrisca Rodrigo Castanho, que já produziu bandas como Hori e NX Zero. “O discurso da banda de menina é o mesmo dos homens. As meninas não se identificam com isso. Esse é o maior erro. A molecadinha não encontra o que procura. A Pitty é mais inteligente, tem uma postura bacana. Ela se posiciona. Falta isso”, ensina.
Marcelinho Ferraz, que comanda a mesa de som nos discos do Cine, tem outra teoria. “90% do público dessas bandas é formado por garotas, então elas acabam preferindo meninos cantando”, opina. Embora esteja na torcida para que surja uma nova garota no rock, desta vez sua aposta é a banda paulistana Volk, que mistura música eletrônica e rock à la Cine, banda com a qual dividem palcos e estúdios.
Castanho, por sua vez, despeja suas fichas no também paulistano Buddy Flake, banda que bebe no som de Fresno e CPM 22 e é produzida por ele. Na hora de apontar meninas, ele fica com o Lunablu, outra banda de SP. O trio formado pela vocalista Valentina Piras, pelo baterista Thomas Henne e pelo guitarrista João Milliet lança sua estreia em fevereiro, pela Universal. “Ela é bem acima da média. As letras me chamaram a atenção. A parte musical, a produção e o clipe são bem feitos”, explica Castanho, citando o vídeo de “Nenhum segundo”.
André Jung, ex-baterista do Ira!, não demora muito para escolher sua candidata. A princesinha do pop, produzida por ele, se chama Manu Gavassi. Jung se tornou PhD em pop adolescente ao produzir discos das bandas Stevens, lançado em 2009, e Etna, no ano passado. O som dos dois grupos encantou a equipe que cuida da carreira de Manu, cantora e compositora com 18 anos recém-completados. Ela é primeira artista a lançar um disco com apoio da parceria entre a Arsenal Music e a revista teen “Capricho”.
“Desde o primeiro contato, senti que ela tem um talento raro. Ela consegue criar músicas simples, mas com melodias perfeitas, e traduz nas letras um sentimento juvenil muito bem representado”, conta Jung. Quando ele começou a trabalhar com a menina, sentiu que ela estava “em absoluto início de carreira”. No começo das lições com o tio roqueiro, Manu tinha apenas cinco canções esboçadas. O dever de casa (ou melhor, de estúdio) demorou pouco mais de um ano para ser realizado. “As músicas têm uma empatia absoluta com meninas de 12 a 16 anos”, atesta o produtor. As letras e a sonoridade, como uma Avril Lavigne light, combinam com o timbre fofinho.
Menos graciosa do que Manu, Mia Wicthoff grita mais do que sua rival. Ela é a vocalista da banda curitibana CW7, recém-contratada por Marcos Maynard, empresário do Restart e ex-executivo de gravadoras nos anos 80 e 90. "Ela tem lágrima e personalidade na voz", elogia Maynard. "A Mia tem força ao vivo. Ela é uma fera no palco: toca teclados e canta. É compositora principal e é um monstro cantando."
“Desde o primeiro contato, senti que ela tem um talento raro. Ela consegue criar músicas simples, mas com melodias perfeitas, e traduz nas letras um sentimento juvenil muito bem representado”, conta Jung. Quando ele começou a trabalhar com a menina, sentiu que ela estava “em absoluto início de carreira”. No começo das lições com o tio roqueiro, Manu tinha apenas cinco canções esboçadas. O dever de casa (ou melhor, de estúdio) demorou pouco mais de um ano para ser realizado. “As músicas têm uma empatia absoluta com meninas de 12 a 16 anos”, atesta o produtor. As letras e a sonoridade, como uma Avril Lavigne light, combinam com o timbre fofinho.
Menos graciosa do que Manu, Mia Wicthoff grita mais do que sua rival. Ela é a vocalista da banda curitibana CW7, recém-contratada por Marcos Maynard, empresário do Restart e ex-executivo de gravadoras nos anos 80 e 90. "Ela tem lágrima e personalidade na voz", elogia Maynard. "A Mia tem força ao vivo. Ela é uma fera no palco: toca teclados e canta. É compositora principal e é um monstro cantando."
E aos apressadinhos que pretendem jogar Restart e CW7 na mesma prateleira, é melhor ouvir antes o sujeito por trás das duas bandas. "É outro tipo de formação, outro tipo de ideologia, outro tipo de letra. Não tem nada a ver musicalmente", garante Maynard. As estratégias, no entanto, são parecidas. "Eles vão fazer em abril um Happy Rock, sozinhos", adianta, em referência à matinê dominical em casas de show pelo Brasil.
O formato fez sucesso com o Restart, o que não quer dizer que o CW7 possa abrir shows de Pe Lanza, Pe Lu e companhia. "Cada um tem o seu espaço. Eu tenho que dar dignidade para o CW7, eles merecem. O Restart também começou sozinho. Não quero que eles abram pra ninguém e ninguém vai abrir pra eles. Eles vão se arriscar e correr com as próprias pernas."
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